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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Fragilidade.

Em uma manha qualquer, estava eu, ao aconchego das suaves brisas de primavera ao deleito de uma aconchegante cadeira simples e rústica localizada ao extremo norte de uma praça, atento aos pássaros e aos sons que a natureza produzia ao decorrer do tempo.

Momentaneamente em um desvio vagaroso e com uma sonolência no olhar, pude notar um senhor, todo frágil e quebradiço, com umas vestes que caracterizavam sua idade e sua moral! Ele vestia uma camisa de algodão bege desgastada pelo tempo e pelo numero de lavagens que representavam sua fraqueza em relação aos tempos modernos em que ele vivia, por cima, usava um lindo suéter marrom escuro costurado a mão, que mostravam a presença de alguém que se impõe e defende seus conceitos e valores até o ultimo suspiro. Seus óculos fundos de garrafa também velhos pelo uso demonstravam sua fraqueza em relação à idade em que se encontrava, seus olhos azuis como o lindo e brilhante céu que rodeava a praça direcionados a um objeto em que segurava cuidadosamente com as duas mãos. Uma rosa, uma linda e vermelha rosa, com longo caule com apenas uma folha e vários espinhos; Ele a segurava com tanto cuidado com medo de machucar ou ferir aquela pobre coitada rosa, que a algumas horas iria murchar e secar lentamente até virar cinzas, aquilo parecia não importar para ele e o que ia me deixando mais intrigado.

Lentamente aquele senhor passou a mudar seu olhar, ele olhava para as elevadas construções, para as moças fazendo caminhada, para os homens e seus melhores amigos, e voltava lentamente seu olhar pra pequena e frágil rosa que representava toda a pureza que continha dentro daquele senhor. E de uma forma tão frágil e delicada, aquele senhor que segurava aquela rosa tão firmemente e cautelosamente deixou-lhe escorrer uma lagrima, aquela única e forte lagrima que escoou pelo seu enrugado rosto e desceu com a mesma força que saiu e despencar ao ar aterrissando sorrateiramente sobra à face da linda pétala vermelha, que absorveu toda a pureza que continha naquela única gota de lagrima.

Junto de sua lagrima, ele despejou sua ultima fala de uma forma tão silenciosa mais ao mesmo tempo tão alta que eu pude entendê-la sem ao menos conseguir ouvi-la, pude enxergar sua angustia ao averiguar os calmos movimentos de seus lábios e sabiamente ele disse:
Quando a última árvore cair, quando o último rio secar, quando o último peixe for pescado ai então iremos entender que dinheiro não se come, amor não se compra e vida, nós só temos uma. ’

Por fim, aquele velho senhor que ao olhar leigo parecia um senhor qualquer que segurava aquela flor de um jeito tão doce e cauteloso caiu lentamente para traz como se estivesse flutuando seus olhos se fecharam lentamente até que mesmo de longe notei que sua vida havia chegado ao fim, me dirigi até aquele pobre senhor, retirei de sua mão sua linda rosa vermelha, e a fiz questão de plantar ao lado do banco rústico localizado ao norte daquela praça qualquer, daquele dia qualquer.

A rosa deixada por aquele senhor não morreu como eu esperava, ela viveu, e continua viva até hoje resguardando dentro de si, todos os valores antigos e singelos daquele pobre senhor, enquanto eles existirem, ela viverá.

Após tal acontecimento aquele dia não foi mais um dia qualquer, ele foi notável, ao menos para mim. Foi o dia em que um pobre senhor, de quem eu nada esperava deu seu ultimo aviso, sua ultima fala, seu ultimo suspiro. Que mudou o meu mundo.


Dedicado especialmente a, Carla Fernanda M.

4 Observações:

drieelli ito disse...

me comoveu mt, *o* de vdd dhsoid (: (L)

aspargos aleatórios. (: disse...

lindo lindo, :D adorei, de vdd.

Anônimo disse...

Esse sabio é muito sabio, maravilhoso, e só quer que as pessoas NÃO se fodam. Maaaaara o texto Clawz! (LLLLLLL) mara!

@CAFIM

Livia Mattos disse...

Muito lindo, ler coisas como essas nos fazem refletir sobre a vida :) parabéns voce escreve mto bem :D:D:D

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